O faturamento do setor de franchising (franquias) aumentou 11,9% no ano passado em comparação com o resultado de 2012, apesar do reduzido crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), que ficou em 2,3%. De acordo com números divulgados hoje (25) pelo presidente da Associação Brasileira de Franchising Rio de Janeiro (ABF-Rio), Beto Filho, a receita atingiu R$ 115,58 bilhões, em 2013. O setor nacional de franquias representa 2,4% do PIB.
Para ele, foi um excelente resultado, principalmente depois de ter sido apresentado ao mercado "um quadro pessimista, focado em números mais difíceis”. Por isso, o setor de franquias reagiu muito bem, apesar de, nos dois últimos anos, ter mostrado evolução superior, em torno de 16%, disse Beto Filho.
O presidente da ABF ressaltou que foi bastante expressivo, "fantástico" o resultado próximo, já que o PIB ficou em 2,3% e, no ano anterior, em 1%”. Segundo ele, isso mostra que a força dofranchising não foi atingida na questão mercadológica. Para o faturamento, a projeção deste ano é aumento de 10%, o que significa “manter a expansão em dois dígitos e, com certeza, acima do crescimento do PIB”, estimou Beto Filho.
O estado do Rio de Janeiro registrou expansão do faturamento do setor em 12,6% (R$ 15,18 bilhões), acima da média nacional, com cerca de 320 redes e 13.157 unidades franqueadas. Beto Filho explicou que isso se deve ao momento que o Rio de Janeiro está passando, com a preparação para a Copa do Mundo deste ano e as Olimpíadas de 2016, que ocorrerão na capital fluminense. “É um canteiro de obras, com dezenas de ofertas de pontos (de franquia). Todos esses fatores somados levaram ao bom desempenho do Rio de Janeiro”.
Beto Filho destacou que a Associação Brasileira de Franchising mantém a aposta na democratização do setor, para facilitar o acesso da nova classe C às microfranquias e permtir que as pessoas formem seu próprio negócio. "É um gerador de emprego e renda também.”
O faturamento do segmento de microfranquias cresceu 31%, no ano passado, atingindo R$ 5,9 bilhões, com 384 marcas em operação e 17.197 unidades franqueadas. As microfranquias respondem por 5,11% da receita total do setor brasileiro de franchising. Beto Filho ressaltou que a microfranquia constitui uma boa oportunidade para pequenos novos empreendedores, uma vez que os investimentos necessários variam de R$ 5 mil a até R$ 80 mil.
A geração de empregos no setor aumentou 9,4% em relação ao ano passado, com 1,030 milhão de postos de trabalho diretos e formais. Este ano, as contratações devem crescer cerca de 9%. No ano passado, o setor criou no Brasil 88 mil vagas diretas. Em 2013, o sistema de franquias chegou a 114.409 unidades, crescendo 9,4%. Para 2014, espera-se aumento de 9% no total de unidades franqueadas.
Com 2.703 redes em operação (11,4% a mais que em 2012), o Brasil manteve a terceira posição no ranking mundial de franchising, atrás apenas da China e da Coreia do Sul. Somente no ano passado, 277 franquias surgiram no mercado, informa o relatório divulgado da ABF-Rio. “Houve uma demanda gigantesca da área industrial, formando suas próprias marcas e entrando no mercado de franquias”, disse Beto Filho. O aumento de marcas para este ano é estimado em 8%. Do total em operação no Brasil, 92,4% são 100% nacionais, das quais 4,8% (121 marcas) operam também no exterior.
Por regiões, o Sudeste concentra o maior volume de unidades franqueadas (58,7%). Em 2013, o Sul e o Nordeste participaram com 14,5%, cada, o Centro-Oeste, com 8%, e o Norte, com 4,3%.
Nesta terça-feira, a ABF-Rio também anunciou que oferecerá, em parceria com a Universidade Estácio de Sá, o primeiro curso de tecnólogo presencial e a distância de franchising no país. A associação lançou ainda o e-book (livro eletrônico) Franchising: Aprenda com os Especialistas, já distribuído gratuitamente para todas as universidades públicas e privadas brasileiras.