Com aumento da Selic, poupança passa a render mais que fundos de renda fixa 11/07/2013
ACONTECENDO VOCÊ FICA SABENDO
Publicado em 23/03/2016

Atendendo às expectativas, a taxa básica de juros subiu de 8% ao ano para 8,5% e tornou a poupança mais atrativa do que os fundos de investimento de renda fixa. O aumento aconteceu nesta quarta-feira (10) após reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.

Segundo o economista da FGV (Fundação Getulio Vargas) Samy Dana, com o aumento da taxa básica de juros para 8,5%, a poupança passa a render 0,48% ao mês. Em termos práticos, significa que a cada R$ 100 investidos mensalmente, a rentabilidade é de dois centavos. Quem decidir aplicar R$ 10.000, irá obter R$ 2 a mais por mês do que se a Selic continuasse em 8% ao ano.

Ainda de acordo com o economista, o rendimento da poupança “é muito pouco”.

 — É uma mudança muito pequena para a grande maioria da população.

Com essa nova taxa de juros, a poupança rende anualmente 5,95 %, 0,35 pontos percentuais acima do índice anterior que era de 5,60%. Porém, o valor ainda é menor do que o aumento geral de preços (inflação) acumulado nos últimos 12 meses que foi de 6,7%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

— A pessoa ganhou menos na poupança há 12 meses do que os preços subiram.

O resultado disso tudo é que o consumidor não sente que houve aumento do poder aquisitivo. Porém, o investimento em poupança ainda é mais atrativo e rentável do que as aplicações em fundos de renda fixa.  Isso porque essas sofrem com a tributação do imposto de renda e com a taxa de administração cobrada pelos bancos.  Para efeito comparativo, os mesmos R$ 1.000 renderiam 0,45% ao mês neste modelo.

— O banco cobra muito pela administração, o que inviabiliza o produto.

De acordo com estudo feito pelo diretor executivo de estudos econômicos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos Econômicos), Miguel Ribeiro, os fundos apenas são mais vantajosos do que a poupança quando a taxa de administração cobrada for de 0,50% ao ano, o que normalmente acontece para investimentos acima de R$ 50 mil. Na renda fixa é você quem escolhe quanto vai investir e em quanto tempo vai retirar o dinheiro, sendo que em prazos menores de resgate, a tributação será maior.

Outros investimentos

Os consumidores também podem aplicar em outros tipos de investimento para tentar obter uma rentabilidade maior. Segundo Samy, para um rendimento de 12 meses,  no caso dos CDBs, esse montante renderia líquido ao mês 0,49%, em títulos do Tesouro Direto, 0,53%.

Já Ribeiro pondera e defende ainda a poupança principalmente pelo fato dela não ter outras taxas embutidas, como imposto de renda, e diz que os CDBs só são uma boa alternativa em investimentos a partir de R$ 100 mil.

A dica para quem investir em CDBs é negociar com o banco a rentabilidade, alguns conseguem que seja até 90% o valor da Selic.

Comentários