BANCO DO BRASIL VÊ LUCRO CRESCER 2,8%, MAS CORTA PROJEÇÃO DE CRÉDITO 05/11/2014
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Publicado em 25/03/2016

Mesmo com ampliação de lucro, o Banco do Brasil apresentou desempenho mais fraco que o esperado no terceiro trimestre e reduziu a projeção de crescimento de sua carteira de crédito neste ano diante do cenário de aumento na inadimplência.

O maior banco do país teve lucro líquido de R$ 2,780 bilhões entre julho e setembro deste ano, crescimento de 2,8% em relação a igual período de 2013. Sobre o trimestre anterior, houve queda de 1,7%.

Excluindo ganhos e perdas extraordinários, o lucro alcançou R$ 2,885 bilhões, 10,5% acima do valor visto um ano antes, mas 3,9% abaixo do apurado entre abril e junho deste ano. Analistas consultados pela Reuters previam ganho em torno de R$ 3 bilhões.

O crescimento do crédito desacelerou no Banco do Brasil, agente do governo federal para manter os financiamentos para o setor produtivo. O volume de empréstimos teve expansão de 12,3% em 12 meses até setembro, somando R$ 732,719 bilhões.

É a maior carteira de crédito entre as instituições financeiras brasileiras, correspondente a 21,1% do mercado de crédito nacional, à frente de Bradesco (R$ 444,2 bilhões), Santander (R$ 293,138 bilhões) e Itaú Unibanco (R$ 503,345 bilhões).

A alta ficou abaixo da previsão de crescimento entre 14% e 18% prevista no início do ano. Com isso, o banco revisou a expectativa para um patamar mais comedido, entre 12% e 16%.

Segundo Ivan Monteiro, vice-presidente financeiro do BB, a desaceleração ao longo do ano decorreu do menor número de dias úteis devido à Copa do Mundo, depois às eleições e também pela seca no Sudeste, que atrasaram os financiamentos. "Em outubro já notamos uma recuperação importante nos financiamentos", disse.

Para 2015, a expectativa do banco é de recuperação nos financiamentos, acompanhando a previsão de um crescimento maior do PIB, normalização do plantio da safra e maior estabilidade no mercado de capitais.

O avanço foi possível por causa da manutenção da estratégia de aumentar o crédito de menor risco, como o imobiliário. Esse perfil de crédito correspondeu por 76,1% da carteira orgânica do BB, formada por operações com clientes pessoa física, que finalizou o primeiro trimestre com saldo de R$ 145,6 bilhões, crescimento de 12% sobre o mesmo período de 2013 e de 2,3% em relação ao segundo trimestre.

A carteira de financiamentos de imóveis total do banco, que inclui pessoas físicas e empresas, alcançou R$ 35 bilhões em setembro, 73,1% acima do valor visto um ano antes. Sobre o segundo trimestre, houve avanço de 9,4%. Considerando apenas as pessoas físicas, a cifra chegou a R$ 25,7 bilhões.

CALOTES

A inadimplência acima de 90 dias, contudo, encerrou setembro em 2,09%, alta de 0,12 ponto percentual sobre a taxa do terceiro trimestre de 2013 e maior que o 1,99% visto em junho deste ano. Foi o segundo trimestre consecutivo de avanço desse indicador.

Apesar do aumento, o nível de calotes do BB continua abaixo do registrado por seus principais concorrentes privados, todos com mais de 3% de inadimplência no terceiro trimestre. O Itaú Unibanco, por exemplo, viu a taxa cair para 3,2%, menor nível desde a fusão com o Unibanco, em novembro de 2008. O Bradesco manteve a inadimplência em 3,6%, enquanto no Santander o indicador caiu para 3,7%.

Com a inadimplência maior, o BB elevou as despesas com provisões para calote em 16,9% no terceiro trimestre, na comparação anual, para R$ 4,571 bilhões. Sobre o segundo trimestre, praticamente não houve variação

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