O Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo, vai monitorar a investigação das causas do acidente aéreo que matou o candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) e outras seis pessoas no último dia 13 de agosto.
O procurador da República Thiago Lacerda Nobre encaminhou à Aeronáutica um ofício pedindo explicações sobre o uso de um Veículo Aéreo Não-Tripulado (VANT), popularmente conhecido como drone, no local onde aconteceu a colisão com o avião Cessna Citation 560 XL, que caiu em Santos.
Entre os questionamentos feitos pelo promotor ao Comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do Ar Junini Saito, estão a permissão para o drone realizar sobrevoo no local do acidente. Nobre também questiona se existem relatos de algum drone, em específico o “Acauã”, da Aeronáutica, ter perdido o contato com os controladores no dia do acidente. O desaparecimento do veículo no mesmo dia da tragédia também é alvo dos esclarecimentos solicitados pelo promotor.
Para sustentar a tese, o promotor reuniu fotos do local do acidente e apontou a existência de rodas semelhantes às usadas nos drones do modelo Acauã. O MPF também quer saber quantos drones, do modelo VANT Acauã, existem nos quadros da força aérea e se todos estão em operação.
O MPF também solicitou ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) todos os laudos e relatórios sobre o acidente elaborados até o momento, mesmo que parciais.
O MPF ainda enviou ofícios à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), à Secretaria de Aviação da Presidência da República e ao Comando da Base Aérea de Santos.
O ofício do MPF foi encaminhado no dia 25 de agosto e tem como objetivo monitorar o trabalho de elucidação das causas do acidente para garantir que os trabalhos desses órgãos de controle e investigação sejam devidamente conduzidos. O inquérito instaurado pela Polícia Federal para apurar o ocorrido também está sob a responsabilidade do procurador da República Thiago Lacerda Nobre.