Pesquisadores do centro de cefaleia do Montefiore Medical Center confirmaram o que as mulheres com enxaqueca já sabiam: as crises parecem piorar no período antes e durante a menopausa. Os resultados serão apresentados dia 25 de junho na reunião anual da American Headache Society, em Los Angeles. Os resultados apresentados em reuniões geralmente são considerados preliminares, até que tenham sido revisados e publicados.
A equipe examinou mais de 3.600 mulheres, com idades entre 35 e 65 anos, por meio de um questionário enviado pelo correio. O formulário perguntava se as mulheres já estavam na menopausa, se tinham enxaquecas e com que frequência. Elas foram classificadas como tendo dores de cabeça de alta frequência se tivessem 10 ou mais dias de dor de cabeça por mês.
Enquanto 8% das mulheres na pré-menopausa tiveram dores de cabeça frequentes, 12,2% no climatério sofriam com o problema, junto com 12% das mulheres na pós-menopausa. Isso quer dizer que as dores de cabeça podem aumentar de 50% a 60% quando eles passam pelo climatério por longos períodos.
Segundo os autores, as mulheres com enxaqueca são mais propensas a sofrer do problema dois dias antes da menstruação e durante os primeiros dias de ciclo, quando os hormônios estrogênio e progesterona caem. Nesse sentido, o mais lógico seria dizer que as enxaquecas iriam diminuir com a menopausa, o que não é verdade. No entanto, os especialistas acreditam que a diminuição dos níveis de estrogênio possa explicar as dores de cabeça em ambos os casos.
Para alívio do sintoma, os cientistas sugerem que as mulheres conversem com seu endocrinologista ou ginecologista sobre o problema, a fim de ajustar ou mudar o remédio usado para tratar enxaqueca. As mulheres também podem perguntar sobre a tomada reposição hormonal por um breve tempo, uma vez que o aumento de estrogênio pode ajudar a diminuir dores de cabeça. No entanto, as mulheres e seus médicos devem discutir os benefícios e os riscos dos tratamentos, principalmente com uso de hormônios.
Enxaqueca: saiba o que fazer durante uma crise
Caracterizada como uma dor de cabeça recorrente, que pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade aos sons e à luz forte, a enxaqueca afeta cerca de 20% das mulheres e de 5 a 10% da população masculina, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia. Entre os mais de 200 tipos de cefaleia, a enxaqueca é a mais rica em sintomas - por isso cabe ao médico fazer o diagnóstico adequado. Pelo fato de existir tantos tipos de dor de cabeça, muitas vezes a enxaqueca pode não ser encarada com a relevância que deveria e não procura o tratamento adequado. No entanto, é de extrema importância que a doença seja acompanhada por um profissional e tomar alguns cuidados durante as crises, para não agravar a dor.