Os gastos elevados para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil são certamente uma das principais razões da revolta dos brasileiros expressa nas passeatas que ocupam as ruas das principais cidades e capitais do País. Nos protestos, fica claro o descontentamento com o volume e forma como são feitos os investimentos na Copa. Em São Paulo, manifestantes contra o aumento da passagem de ônibus têm circulado com cartazes com a frase "Fifa, paga minha tarifa" e entoado bordões como "Ei, Brasil vamos acordar: um professor vale mais do que o Neymar".
Nesta terça-feira (18), o Ministério dos Esportes elevou a previsão dos gastos com a organização do evento, passando dos R$ 25,5 bilhões em abril para R$ 28 bilhões. Com esta nova quantia, é possível construir mais de 90 mil postos de saúde completamente equipados, comprar cerca de 350 mil ambulâncias equipadas, contratar mais de 2 milhões de professores por ano ou construir quase 25 mil km de estradas asfaltadas (veja arte abaixo). Para elevar esta insatisfação, o governo, que arca com quase todo o investimento, assumiu que esses gastos devem subir mais ainda até 2014.
Para Felipe Saboya, coordenador da área de políticas públicas do Instituto Ethos, acrescenta que o crescimento de gastos se deve principalmente a dois pontos críticos.
— Há duas coisas principais a serem analisadas nesse aumento dos gastos. A falta de planejamento da gestão pública e a falta de transparência, além da ausência da participação da população impactada pelos investimentos. As pessoas não têm a possibilidade de discutir isso com o poder público.
Fonte:R7.com